Por Sérgio Porto
Nos anos 50, o consagrado Professor Roberto Lyra, com os olhos voltados àqueles que concluíam a Escola de Direito e eram declarados Bacharéis em Ciências Jurídicas e Sociais, escreveu conhecido e útil livro intitulado Formei-me em Direito…e agora? Com a venia necessária, me socorro do título para reavivar a indagação. Formei-me em Direito, nos 20, do XXI, e agora? Como lá, nesse momento e nesse lugar do mundo, também podemos imaginar que os caminhos, grosso modo, estão representados pela escolha de seguir o iter da vida pública ou da vida privada. Aqui quero centrar minhas observações àqueles que irão fazer ou fizeram opção pela vida privada, mais especificamente pela advocacia.
Nos últimos anos, em razão do avanço da inteligência artificial, a possibilidade da existência de um metaverso e outras variantes próprias dessa quadra da história, tenho refletido sobre o desafio de empreender na advocacia privada. Inclusive, externei algumas ideias em breve pesquisa intitulada Um novo modelo de negócio para a advocacia (https://youtu.be/mlLehlZ_MFo). Nessa analiso o contexto do mercado. Nesse todos sabem, a competição é cruel, pois apenas há lugar para os mais aptos. E para fazer parte da seleção natural é necessário criar e/ou descobrir oportunidades. É preciso agir, pois a advocacia reativa (aquela que apenas reage a provocação, tal qual a jurisdição que por outras razões deve ser inerte) perde espaço para a advocacia proativa que – mercê de observação, criatividade, determinação, iniciativa e ousadia empresarial – inova e é capaz de identificar oportunidades.
Passou o tempo (quiçá, lamentavelmente!) do profissional liberal. Hoje é necessário empreender e os escritórios de advocacia cada vez mais se organizam como empresas competitivas, com metas e controles, nos modelos full service e/ou boutique law. Em qualquer desses cenários o simples domínio da ciência jurídica é hoje insuficiente. Necessário agregar outros pressupostos à advocacia privada, pois o domínio da ciência jurídica é apenas uma das credenciais. A esta outras devem se somar (tecnologia e marketing, p. ex.), na fórmula atividade meio e atividade fim. A tecnologia por ser a ferramenta de operação e o marketing forma de acessar ao mercado. Me arriscaria, inclusive, a apontar que o profissional que almeja resultados deve adotar a seguinte equação: 60% de seu tempo dedicado ao jurídico, 20% ao domínio e constante atualização tecnológica e 20% ao marketing. Pensem nisso e até o próximo post!